quinta-feira, 21 de junho de 2007

Assim espero...

Eu espero. Espero muito. Espero bastante das pessoas. Espero que elas tenham bom senso. Espero que alguém atravesse meu caminho e me conte uma boa história. Espero que alguma criança com toda sua inteligência me ensine algo nos minutos em que vou observá-la. Espero pelas mudanças. Espero pelos sinais que mostrem caminhos. Espero ter onde me focar. Espero pela concretização de planos e de sonhos. Espero que o mínimo acontecimento me faça refletir tanto que me inspire. Espero as inspirações. Aspiro pelas inspirações, esperando que se dêem a partir de meus olhares. Espero que elas me atinjam como flechas que a dor não faz calar até que sejam arrancadas. Enquanto isso, eu espero sentada pelo meu futuro promissor.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Mais uma dose

Estava às vésperas de completar 30 anos e recém saída de uma relação rápida com um homem casado. Fernando era casado com alguém que me fazia amante sem chances de aspirar ao cargo de oficial: o trabalho. Acordava-me com uns sussurros em francês, que seriam românticos se ditos ao pé do ouvido, ainda que eu não entendesse porra nenhuma daquilo: era ele estudando e tornando o francês impecável. Conheci Carlos Alberto um mês depois, numa boate. As amigas investiam em minha volta ao mundo dos solteiros, ainda que eu achasse aquilo tudo muito triste. Enfim cedi, depois de um joguinho de bancar a desentendida e o beijei. Fomos conversar e foi então que descobri: 21 anos. Fiquei estarrecida, mas vaidosa e não me importei com uma trepada amiga de uma noite, ainda que nove anos mais nova. Acontece que a foda amiga me surpreendeu. Ele procurava os bicos dos meus seios e os chupava de uma forma, ora maternal, ora violenta, e eu só conseguia admirá-lo. Explorava cada parte de meu corpo, numa curiosidade que só me fazia querer mais. Toda aquela falta de experiência me reacendendo a libido. Uma preocupação latente de me satisfazer. Depois eram os papos que me surpreendiam. E eu me fazendo de bem resolvida, mas me condenando interiormente. Com um conservadorismo medíocre de “o que vão pensar de mim?”. E eu me fazendo de bem resolvida, mas me apaixonando por todo encanto da falta de pêlos do mancebo e toda aquela inteligência... E o menino, com um apetite que me deixava as pernas bambas. Até o dia em que tomei a coragem de perguntá-lo, após ter bebido alguns vinhos, se ele só queria me comer e ele respondeu: “quero seu sexo e suas palavras”. Comecei a amá-lo a partir desse momento. E fui correspondida. Hoje vivo um romance embriagado, antes por uma paixão prematura, que pelos copos virados de bebida.